Fotorreportagem realizada como atividade para a disciplina de fotojornalismo. A pauta escolhida foi "Apaixonados por Música" sobre colecionadores e apreciadores de discos de vinil.
O vinil é entendido como um artefato de memória, uma vez que é capaz de evocar lembranças e o sentimento de continuidade.
Luís Cláudio Arf Costa, 43, trabalha como DJ e suas mixagens são através dos discos de vinil, uma paixão que nutre muito antes dos seus 15 anos, quando começou sua coleção que contém mais de 1.000 exemplares.
Luís comenta que sua paixão pelo vinil surgiu com o tempo dos bailes e discotecas, onde podia ouvir os DJs e acompanhava diariamente as rádios.
E ao se interessar por uma música, ia até as lojas de discos para poder comprar aquele que continha a canção que mais despertou seu interesse ao ouvir.
“Os discos são algo mais tátil, você sente a música na mão e pode a moldar”, completa Luís.
Hoje, Luís atua como DJ usando somente discos de vinil. Sua carreira teve início com a produção de ritmos através de um toca-discos, o que fez com que buscasse aprender mais sobre o ramo e como encontrar o compasso perfeito entre as melodias.
Uma das razões para Renato Campozan Belaz, 45, dono do Sebo Alexandria, ter tanto apreço pelos discos é por eles representam uma rematerialização da música, como se houvesse a possibilidade de guardá-la e utiliza como um instrumento de contemplação.
As capas que eram conhecidas por serem chamativas por suas imagens e pela constituição de cores sofriam grande influência do cinema, que eram responsáveis por servir de trilha sonora dos longas como também marcar personagens.
Além dos discos trazerem uma experiência única por meio da capa, do encarte, da letra e até mesmo a história da banda – os discos são a procura de iniciantes na música para o descobrimento de novos sons, propiciando o “espírito da descoberta”
O vinil é mais que um objeto de colecionador, mas também te convida a uma viagem no tempo.
A paixão pela música na família Balan é passada de pai para filho, hoje, Arthur, 11, filho de Eugênio Valentin, 69, o acompanha em sua loja e participa de campeonatos de bandas marciais.
Eugênio conta que a música sempre esteve envolvida em sua vida, seu pai era violinista e possuía uma banda com os parentes e amigos chamado Jazz Selecto – Pedro Balan e companhia escudeiro
Eugênio relembra que ia para o ginásio com três livros, um caderno e dez discos para ouvir, e completa que em sua casa, apenas escuta vinil.
Mas não é só do rock n’roll que se faz uma boa música, para Eugênio, “A melhor música é aquela que cada um gosta. Não tem estilo, não há distinção.”
Eugênio também conta que sente falta dos encontros que participava em Araraquara, dos quais grupos se reuniam para ouvir e compartilhar as músicas. E comenta que seu acervo ultrapassa de 8.000 discos.
As décadas de 1960 a 1990 foram muito importantes para o vinil, com o surgimento das bandas como Led Zeppelin e The Doors, e toda a linhagem de rock nacional que explodiu nos anos 1980, como Kid Abelha, RPM e Capital Inicial.
“O vinil é o real documento histórico da música, uma vez que você possui todos os dados e letras para identificar.”, completou Eugênio